Disponibilização: quarta-feira, 29 de junho de 2016
Diário da Justiça Eletrônico - Caderno Judicial - 1ª Instância - Interior - Parte III
São Paulo, Ano IX - Edição 2146
1980
dormia, ora na casa de um, ora na do outro. Claudineia estava passando muito mal por ter perdido um filho de Milton. O casal se
apresentava como marido e mulher na “Casa de Show”. Disse que não saía com eles e não sabe como se portavam fora dali.
Mas, tem conhecimento de que eles iam a outros eventos juntos. Em dado momento, negou ter dito que Milton e Claudineia
tinham um relacionamento de casamento, afirmando ter dito que eles namoravam. Disse que Milton tinha uma relação séria com
Claudineia e não ficava com outras mulheres na “Casa de Show”, onde também trabalhava, tomando conta do caixa e permanecia
a noite inteira. Tanto Milton quanto o depoente estavam no local para trabalhar e não para se divertirem. Depois que Milton teve
o veículo “Fox” roubado, ele passou a utilizar o veículo “HB20”, branco, de Claudineia. Nessa ocasião, Milton e o depoente
tiveram prejuízo com a “Casa de Show” e desfizeram o negócio, ficando ambos sem crédito no mercado. Por isso Claudineia
ajudou Milton a comprar o veículo “HB20”. Antes de usar o veículo “HB20”, vermelho, que é de Milton, ele usava o branco, de
Claudineia. Não tem conhecimento se Milton tinha seguro do veículo.Magda Goreti de Morais disse que conheceu Claudineia,
que é cabeleireira, na casa de seu irmão, onde esta foi levada por um amigo da família, há vinte e cinco anos, aproximadamente.
Claudineia frequenta a casa dela até os dias de hoje, embora com menos intensidade do que antes. Claudineia sempre morou
no bairro Jardim Paulista. Através da amiga, conheceu Milton. Contou que, há dois anos, alugou uma casa em Ubatuba e
Claudineia comentou que levaria seu namorado, Milton. Todos foram para a praia para uma temporada de cinco dias. Claudineia
e Milton ocuparam um dos quartos da casa. Depois disso, Milton passou a frequentar a casa da depoente, onde gostava de
fazer comida japonesa. Ressaltou, contudo, que ele ali esteve apenas três vezes. Afirmou que chegou a se encontrar com o
casal em outros locais, inclusive, numa festa. Em outra oportunidade, encontrou-se com Milton na casa de Claudineia. A amiga
lhe apresentou Milton como namorado. Ressaltou que seu contato com Milton era mais frequente por meio do “whatsapp” e que
eles estavam planejando marcar uma nova viagem para praia juntos. Milton e Claudineia alugaram uma casa em Santos, mas
não deu para a depoente e seu marido irem. Então, eles foram com a irmã de Claudineia. Afirmou que o casal pretendia morar
junto e que Milton passava mais tempo na casa de Claudineia do que na dele. Conversava muito com os dois e tem conhecimento
de que Milton estava praticamente morando com Claudineia, na intenção de se casar, mas logo ele faleceu. Recordou-se da
época em que Claudineia perdeu o bebê. Disse que foi visitar a amiga e a encontrou muito abatida. Claudineia engravidou de
Milton há dois anos. Quando soube do falecimento de Milton, a depoente estava em Caraguá e ficou muito surpresa, pois não
tinha conhecimento de que ele estava doente. Soube que Claudineia estava na casa de Milton quando do óbito. Ressaltou que,
quando Milton não estava na casa de Claudineia, era ela que estava na casa dele. Afirmou que Claudineia comentou que teria
tirado dinheiro da poupança para ajudar Milton a comprar um veículo, vermelho. Claudineia tinha o seu próprio carro, que era
branco, e Milton o dele, vermelho. Pedro Ferreira Rodrigues relatou que foi gerente do hotel que fica no CTA, onde Claudineia
era arrendatária de um salão de beleza. Milton trabalhava no ITA e passou a frequentar o hotel quando estava junto com
Claudineia. O casal começou a namorar e, desde então, sempre os via juntos em eventos, casamentos. O depoente esteve
presente no casamento de Ana Lúcia, manicure do salão, onde o casal também compareceu. Disse ter tomado conhecimento
que o casal estava vivendo junto desde 2013. Afirmou que, embora tenha deixado de trabalhar no hotel do CTA, montou um
hotel na cidade e sempre manteve contato com Claudineia. Soube do falecimento de Milton através de Claudineia. Ressaltou
que, embora não tivesse muito contato com o casal, soube que Milton estava montando o seu apartamento e, na época, morava
com Claudineia. Milton era o único namorado (ou companheiro) de Claudineia. Nada sabe de Milton manter outros
relacionamentos, nem mesmo com a ex-mulher. Disse ter estado, por duas vezes, na casa de Claudineia, oportunidade em que
viu Milton. Recordou-se de que Claudineia chegou a comentar que Milton havia perdido o carro e que não conseguia financiar
outro. E que ela pediu sua opinião sobre a intenção de dar a Milton o dinheiro que tinha na poupança. Não opinou a respeito por
não achar prudente fazê-lo. Sempre via o casal no carro de Claudineia, um “HB20”, branco. Milton comprou um veículo vermelho.
Claudineia engravidou de Milton, mas perdeu a criança. Disse que, sempre que ia ao salão e perguntava por Claudineia, ouvia
brincadeiras do tipo: “Claudia agora é casada e não aparece mais”. No salão, havia outros cabeleireiros e manicures.Em
contrapartida, as testemunhas arroladas pela parte requerida foram categóricas em afirmar que o casal nem mesmo tinha um
relacionamento que denotasse namoro sério.Clarice Pereira da Silva, diarista, disse ter trabalhado por cerca de dois anos na
casa de Milton, quando ele morava em frente ao supermercado “Extra”, situado próximo ao CTA. Contou que conheceu Milton
quando ele retornou dos Estados Unidos, época em que a filha, Beatriz, tinha dois anos de idade. Nessa ocasião, a depoente
trabalhava numa casa vizinha à de Milton e ficou amiga da família. Quando seus antigos patrões foram embora, passou a
trabalhar para a família de Milton. Após ele se mudar, continuou trabalhando em sua casa e também na da ex-esposa, em dias
alternados. A ex-esposa permaneceu no CTA, tendo apenas Milton se mudado para perto do “Extra”. A filha do casal, Beatriz,
morava com a mãe, mas frequentava a casa do pai. Mesmo cursando faculdade fora, Beatriz retornava para a casa dos pais e
permanecia, ora na casa de um, ora na do outro. Conheceu Claudineia quando foi fazer faxina em sua casa, no bairro Jardim
Paulista, por indicação de Milton. Contou que, certa vez, o ex-patrão indagou-lhe sobre a disponibilidade de fazer faxina também
na casa de uma amiga dele. Ao responder que tinha interesse, Milton indicou Claudineia. Ele nunca fez qualquer outro tipo de
comentário a respeito de Claudineia. A depoente também chegou a fazer faxina no salão de cabelereira de Claudineia, no CTA.
Apenas nessas duas ocasiões trabalhou para Claudineia. Foi categórica ao afirmar que, no apartamento de Milton, nunca viu
Claudineia e que esta lhe foi apresentada como sendo apenas amiga do ex-patrão. Não tem conhecimento se Milton frequentava
a casa de Claudineia, pois ele nada comentava a esse respeito. Na época em que Milton faleceu, ainda trabalhava em sua casa.
Trabalhou para ele numa quarta-feira e soube de seu falecimento no domingo, após sua filha ter lido a notícia no “facebook” de
Beatriz. Foi até o velório, onde viu Claudineia chorando e lhe indagou se Milton havia sofrido um acidente automobilístico, pois,
apesar dele ter pressão alta, preocupava-se com a saúde e tomava vários remédios. Soube que, no dia em que Milton faleceu,
Claudineia estava em seu apartamento, com dengue, e que ela teria ligado para Satyco, pedindo para que fosse até o local, pois
Milton passava mal. Nos dias em que trabalhava na casa de Milton, entrava às 7h30min e saía por volta das 10h30min. Seu
trabalho consistia mais em arrumar a casa que Milton mantinha organizada. Saindo de lá, ia trabalhar numa churrascaria. Nunca
encontrou Claudineia na casa de Milton, assim como nenhuma outra mulher, nem mesmo Satyco. Milton tinha um veículo “Fox”,
que acabou trocando por um “HB20”, vermelho. O veículo “Crossfox” de Milton era amarelo e foi roubado. Depois disso, Milton
passou a andar com carros que dizia terem sido emprestados de amigos seus, cuja marca desconhece. Milton nunca apresentou
Claudineia como sua mulher ou companheira, mas, apenas como amiga. Foi Claudineia quem comentou sobre a gravidez, mas
Milton nunca falou nada a respeito. Claudineia disse que havia engravidado, mas acabou perdendo a criança porque passou
“nervoso”, após Milton ter saído com algumas amigas dele, contra sua vontade. Ela comentou, ainda, que Milton se afastou
quando soube da gravidez, mas que a família a apoiou, dizendo que a ajudaria caso o pai “não quisesse nada”. Não havia um
dia certo para fazer a faxina na casa de Milton. A depoente tinha as chaves do apartamento e poderia fazer a faxina em qualquer
dia da semana. Nunca ligou para Claudineia para combinar o dia da faxina na casa de Milton, que sabia que a depoente também
trabalhava numa churrascaria e, por isso, sempre a deixou livre para escolher o dia e horário da faxina em sua casa. Milton não
pediu para a depoente que fizesse faxina na casa de Claudineia porque esta teria perdido um filho seu. Na verdade, só soube
disso porque Claudineia contou-lhe que estava de resguardo por ter perdido um filho de Milton.Evenilton Guimarães, vizinho e
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